OS SINAIS DOS TEMPOS E OS OLHOS DOS CRISTÃOS - PARTE 2 - APRENDENDO A DEBATER IDÉIAS


Escola Bíblica Quadrangular – Classe Jovens – 27/02/2011
Disciplina: Educação Cristã / Livro: Atos dos Apóstolos
Lição 1- Parte 2 (Debate)
Tema: Os sinais do tempo e os olhos do cristão
Texto referência: At 1:9-11; Mt 16:1-3; Mt 24:3-14.
Textos auxiliares: Júlio Severo, Renato Vargens e Leonardo Gonçalves extraídos da internet tratando acerca da situação do Haiti.

Aprendendo a debater...

            Participar de um debate é muito mais do que simplesmente ter uma opinião prévia acerca de um assunto ou pessoa. Algumas precauções são fundamentais para que se possa expor uma opinião e, sobretudo fazer isto de tal modo que o(s) ouvinte(s) possa entender seu pensamento, ainda que não concorde com ele, permitindo a eles questionarem sua posição acerca do assunto.
            Num debate programado em que pode haver a presença de participantes que tenham posições próximas ou parecidas ou num embate de idéias cujos participantes podem apresentar visões antagônicas, ou opostas, sobre os temas, então outros cuidados são de grande ajuda como:
            Se tiverem textos a serem lidos ou discutidos é preciso que se conheça sobre eles no mínimo: Seus autores, de onde foram extraídos o(s) texto(s), em que época foi escritos e identificar o(s) tema(s) defendido nele.
            Ao iniciar a exposição de uma opinião deve-se ter a cordialidade como ponto comum e não atacar pura e simplesmente aos demais. O debate é um exercício de idéias e não de agressividade. Perguntar ao expositor acerca da base de suas opiniões ou crenças ajudam a entender a opinião manifestada. Percebam que respeitar o ser humano é diferente de concordar com o que ele diga.
            No que refere-se a debater em termos de bases bíblicas é indispensável se ter conhecimento do que as Sagradas Escrituras tem a dizer acerca de determinado ponto; lembrando que mesmo entre teólogos e estudiosos existe pontos de discordância que podem ser sutís ou de correntes de pensamento das mais diversas.
            Frequentemente pessoas quando contrariadas por outras por opiniões divergentes ficam aborrecidas ou até mesma perdem a compostura e os bons modos. Espera-se de um cristão capacidade de defender a fé Evangélica (entenda-se fé vinda do Evangelho e não mero proselitismo religioso gospel, no qual evangélicos consideram suas igrejas como trono de Deus na Terra) apresentando a bíblia e relacionando o que nela esta descrito com o que se percebe no mundo ao seu redor e mediante a sua experiência pessoal com aquilo que se pode conhecer acerca de Deus.
            Outro importante aspecto é se inteirar acerca de outras fontes de informação, sejam jornais, revistas, livros acadêmicos, periódicos científicos, enciclopédias, para que se possa também reforçar certas argumentações quando pertinente à discussão.
           
Que Haiti e que terremoto foi este?

            O Haiti é um país localizado na América Central, sua extensão territorial é de 27.750 quilômetros quadrados, totaliza em seu território mais de 10 milhões de habitantes. Antiga colônia francesa, o país é a primeira república negra do mundo, sendo fundada em 1804 por antigos escravos.
            Marcada por uma série de governos ditatoriais e golpes de estado, a população haitiana presencia uma guerra civil e muitos problemas socioeconômicos. O Haiti é o país economicamente mais pobre da América, seu Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,404 (baixo); aproximadamente 60% da população é subnutrida e mais da metade vive abaixo da linha de pobreza, ou seja, com menos de 1,25 dólar por dia.
            Além de todos esses fatores, o país passou por outra tragédia, dessa vez de ordem natural. No dia 12 de janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter atingiu o país, provocando uma série de feridos, desabrigados e mortes. Diversos edifícios desabaram, inclusive o palácio presidencial da capital Porto Príncipe.
            Conforme o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o terremoto ocorreu à cerca de 10 quilômetros de profundidade, a 22 quilômetros de Porto Príncipe. Esse primeiro terremoto antecedeu outros dois de magnitudes 5,9 e 5,5. Esse fato promoveu grande destruição na região da capital haitiana, estima-se que metade das construções foram destruídas, 250 mil pessoas foram feridas, 1,5 milhão de habitantes ficaram desabrigados e o número de mortos ultrapassou 200 mil.
            Entre os feridos e mortos, estão alguns brasileiros, o Brasil é responsável pelo processo de pacificação no Haiti, comanda mais de 7 mil soldados da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), e tem 1.266 militares no país. Uma semana após o terremoto, foram confirmadas 21 mortes de brasileiros, sendo 18 militares e três civis. Entre eles está a médica Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança, médica pediatra e sanitarista, Zilda tinha 73 anos.
            Esse terremoto agravou os problemas sociais do Haiti, várias pessoas estão utilizando as ruas como moradia com receio de outro tremor e a consequente derrubada das casas. Fato que realmente aconteceu no dia 20 de janeiro. Esse novo terremoto ocorreu no sudeste do país, a pouco menos de 60 quilômetros de Porto Príncipe, e derrubou algumas construções que estavam com as estruturas abaladas em consequência do tremor do dia 12 de janeiro.
            A água potável, alimentação e remédios não são suficientes para suprir as necessidades da população. Com esse cenário, uma onda de saques ocorreu no país, além de confrontos pela aquisição de alimentos.
            A Organização das Nações Unidas enviou tropas e ajuda humanitária, além de 17 equipes de busca e resgate. Uma haitiana, Hoteline Losama, após passar sete dias soterrada, foi salva por especialistas em resgate franceses, estadunidenses e haitianos, um dos integrantes do grupo de resgate disse que foi “uma bênção” ter retirado a moça com vida. A ONU anunciou que foram destinados 1,2 bilhão na ajuda ao Haiti.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola



O que é um terremoto?

            Um terremoto é um tremor de terra que pode durar segundos ou minutos. Ele é provocado por movimentos na crosta terrestre, composta por enormes placas de rocha (as placas tectônicas). O tremor de terra ocasionado por esses movimentos é também chamado de "abalo sísmico".
            Essas placas se movimentam lenta e continuamente sobre uma camada de rocha parcialmente derretida, ocasionando um contínuo processo de pressão e deformação nas grandes massas de rocha.
            Quando duas placas se chocam ou se raspam, elas geram um acúmulo de pressão que provoca um movimento brusco. Há três tipos de movimentos: convergente (quando duas se chocam), divergente (quando se movimentam em direções contrárias) e transformante (separa placas que estão se deslocando lateralmente).

Veja uma animação acerca de terremotos


            O instituto de estratégia internacional para a redução de desastre da ONU na suíça, constataram que os terremotos foram os desastres que mais fizeram vítimas nas décadas passadas. Os que morreram por causa desses desastres nesse período chegou a quase 60% das vítimas. E este perigo natural continua pois oito das dez cidades com a maior população do mundo, estão localizadas em falhas geológicas que estão propensos a terremotos.
            Nos últimos dez anos, mais de 780 mil pessoas morreram em 3.852 cidades vítimas de terremotos. Os terremotos está acontecendo em muitos lugares, só este ano foram cinco de magnitude sete e está aumentado assustadoramente.
            Uma lista dos terremotos de magnitude 7,0 só este ano: México, Haiti, Chile, Japão e indonésia, apenas para se mencionarem alguns.


Vale visitar este site em inglês no qual podemos perceber que terremotos são mais freqüentes do que se pode imaginar


Visualize terremotos em tempo real:


Uma lista dos maiores terremotos que se tem notícia ou registro



Sobre os autores dos textos em debate...

            Júlio Severo é considerado uma das pessoas mais influentes da vanguarda conservadora no Brasil. Severo é reconhecido dentro e fora do Brasil por seus trabalhos de engajamento político na esfera literária contra os posicionamentos das ideologias esquerdistas e, sobretudo, na luta contra o que ele chama de “ditadura gay”. Extraído do site do ministério CACP.
            Leonardo Gonçalves é pastor, missionário e blogueiro cristão. Professor de teologia sistemática e palestrante de temas apologéticos, sentiu a necessidade de falar de teologia de modo informal, e utilizando linguagem leve, ironia e bom humor, criticar o status quo dos evangélicos brasileiros, desafiando os crentes a viverem uma espiritualidade sadia, sem misticismos nem barganhas com Deus. Casado com Jonara e pai do Ravi Lucas, Leonardo pastoreia a Igreja Bautista Misionera em Piura, no norte do Peru. Empenhados na plantação de igrejas e no labor social, desenvolvem um projeto evangelístico chamado “Projeto Piura” e administram o PEPE “La Buena Tierra”, programa de alfabetização e apoio social às crianças de famílias carentes. É o editor e criador deste blog Púlpito Cristão. (informações do próprio) (sic).
            Renato Vargens é Conferencista Internacional e escritor com doze livros publicados e dois no prelo. Diretor da Scrittura Produções, colunista e articulista de revistas, jornais e diversos sites protestantes, e Pastor Presidente da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, RJ. (informações do próprio) (sic)

Vamos aos textos...
Será necessário um terremoto?
            As lições do Haiti para um governo Lula ávido de promover as religiões afro-brasileiras como “cultura”

Julio Severo, 18/10/2011

            Diante da imensa tragédia do terremoto no Haiti, onde dezenas de milhares morreram, o cônsul do Haiti em São Paulo, Gerge Samuel Antoine, foi sincero o suficiente — e também politicamente incorreto — para atribuir a tragédia à religião dos haitianos. A religião predominante do Haiti, um país formado esmagadoramente por descendentes de escravos africanos, é o vodu, que é oficial.
            O vodu é uma religião vinda da África que, assim como o candomblé, incorporou elementos da religião dos dominadores católicos. Assim como no candomblé, os rituais do vodu são marcados pela música, dança e comida, inclusive com animais sacrificados. Na cerimônia de ambas, os participantes entram em transe e incorporam espíritos. Há relatos, fartamente documentados e noticiados, de sacrifício de seres humanos em alguns desses rituais — inclusive estupro de meninos por parte do líder, que geralmente é homossexual.
            Do ponto de vista da Bíblia, essas práticas são perigosas:
“Não ofereçam os seus filhos em sacrifício, queimando-os no altar. Não deixem que no meio do povo haja adivinhos ou pessoas que tiram sortes; não tolerem feiticeiros, nem quem faz despachos, nem os que invocam os espíritos dos mortos. O Deus Eterno detesta os que praticam essas coisas nojentas…” (Deuteronômio 18:10-12 BLH)
            Seria de admirar então que a mesma nação com predominantes práticas de vodu é, ao mesmo tempo, a nação mais pobre do Hemisfério Ocidental? Essa condição miserável é uma herança espiritual que antecede à colonização européia.
Antes da colonização européia, a África vivia uma cultura de guerras entre tribos, escravização dos membros das tribos vencidas, sacrifícios rituais de seres humanos — e o elemento comum dessa “cultura”, que estava impedindo o progresso e a paz da África, era a própria religião, que se apoiava na invocação de seres e poderes espirituais considerados pela Bíblia e pela tradição cristã como demônios e forças das trevas.
            Portanto, dá para entender a declaração do cônsul haitiano Gerge, que disse sobre o terremoto no Haiti: “Acho que de, tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano lá tá f...”
            Não é difícil decifrar as palavras do cônsul, ainda que ditas de forma impensada. Onde há muitos descendentes de africanos, há muito vodu e candomblé. E onde há muito vodu e candomblé, há muitos descendentes de africanos. E onde há muito vodu e candomblé, há muita maldição. Pelo menos, essa é a pura realidade do Brasil e do Haiti.
            Contudo, é preciso deixar claro que as maldições sobre eles não são por serem negros, mas por causa de predominantes práticas religiosas. Quando essas práticas de maldição são renunciadas, há mudança real. De acordo com a Bíblia, quem está em Cristo é nova criatura, seja branco, negro, amarelo ou azul. Onde há negros salvos, libertos e transformados pelo sangue de Jesus, não há as maldições costumeiras do vodu e o candomblé. Essa é uma realidade diferente e bela, que o Haiti e seu cônsul de São Paulo desconhecem. O que eles conhecem é a realidade de destruição do vodu.
            Entendo essa realidade muito bem, pois na minha infância eu era levado aos rituais de uma religião afro-brasileira, onde minha mãe era uma das suas líderes locais. Por isso, hoje consigo orar com discernimento quando um ativista homossexual me ameaça dizendo que está invocando os exus contra minha vida.
            Os ativistas gays e as religiões afro-brasileiras andam de mãos dadas porque, ao contrário do Deus da Bíblia que abomina o homossexualismo, os exus do candomblé, macumba e vodu adoram o sexo entre dois homens. Até mesmo ativistas “cristãos” gays no Brasil apóiam muito as religiões afro-brasileiras. O falecido Neemias Marien, pastor do Rio de Janeiro expulso da Igreja Presbiteriana do Brasil por sua militância homossexual, dizia que tinha experiências espirituais que são comuns no candomblé e vodu. E numa reunião do Conselho Mundial de Igrejas, militantes gays e adeptos do candomblé foram fotografados juntos.
            É claro que a mesma tendência “cultural” que vem desprezando o Cristianismo está igualmente valorizando a religião (sem mencionar a homossexualidade) das “minorias” e dos grupos historicamente “discriminados”, de modo que qualquer brasileiro que ousar dizer publicamente o que o cônsul disse contra o vodu (ou contra o candomblé) estará sob sério risco de sofrer um linchamento moral da mídia esquerdista e do paranóico governo esquerdista do Brasil. Apesar disso, só quem viveu debaixo das religiões afro-brasileiras, ou do vodu, conhece o poder destrutivo das forças espirituais do mal. O Haiti está vivendo essa realidade.
            E mesmo assim o Brasil, sob o governo Lula, quer a promoção e a proteção dessas religiões, inclusive nas escolas, como “cultura”. É com muita soberba que o governo teima nesse rumo — contrariando a cultura majoritariamente católica do Brasil.
            Na verdade, o que a agenda socialista quer é o enfraquecimento do Cristianismo e seus valores, que são contrários aos ideais socialistas. Ao insinuar que as religiões afro-brasileiras são “vítimas” do “opressivo” Cristianismo, os socialistas esperam erradicar todo traço de influência cristã na sociedade e substituí-la por seus próprios valores.
            A noção que se quer ensinar ao público é simples: se os descendentes dos escravos africanos são vítimas, então sua religião também é vítima. Toda a situação de desgraça milenar deles é então usada para culpar exclusivamente o colonialismo europeu e por extensão o Cristianismo — deixando o vodu e o candomblé totalmente isentos e inocentes de todas as tragédias, catástrofes, pobreza, criminalidade e outros males.
            Tente sugerir minimamente que pode haver mal no vodu e candomblé, e a mídia esquerdista providencia prontamente uma pesada torrente de críticas e condenações, como se toda denúncia contra essas religiões fosse um ataque racista direto contra os negros, colocando-as num pedestal privilegiado onde criticá-las se torna “sacrilégio”. Mas essa mesma mídia dá tratamento totalmente inverso quando quem está sob crítica é o Cristianismo.
            A agenda socialista quer que a situação chegue a tal ponto que um cristão, até mesmo alguém que tenha saído das religiões africanas, possa ser legalmente ameaçado e condenado por “preconceito” se disser que há maldição nas pessoas e países que invocam os demônios da bruxaria. É evidente: não haverá condenação para os “irreverentes” que disserem o que quiserem do Cristianismo — nesses casos, a invocação do direito de livre expressão sempre parece funcionar muito bem!
            Mas, querendo ou não, o que a ideologia anti-preconceito está fazendo é colocar os demônios do vodu, candomblé e religiões similares para ocupar de forma destacada o palco social como “vítimas” do Cristianismo “imperialista” — aliás, como “pobres vítimas necessitadas” da proteção e amparo do Estado —, como se agora fosse a vez de Deus ser colocado na categoria de criminoso, discriminador, preconceituoso, racista contra as religiões afros, etc. Ou como se agora fosse a vez dos deuses das religiões afro-brasileiras terem sua revanche “cultural”.
Com sua ambiciosa e obstinada política de promover como cultura o que a Bíblia classifica como bruxaria, Lula mostra suas próprias preferências. Antes da eleição presidencial de 2006, ele visitou Benin, o país africano considerado berço do vodu. Lá, Lula participou de uma longa cerimônia de sacerdotes do vodu, para “ajudá-lo” a se reeleger. Em pagamento, agora ele quer as religiões afro-brasileiras, que são parentes do vodu, em posição privilegiada nas escolas, em detrimento do próprio Cristianismo.
            Um ou dois terremotos serão o suficiente para acordar a sociedade brasileira para os males do politicamente correto? Duvido muito. O livro do Apocalipse deixa claro que nestes últimos dias haverá muitas pragas e tragédias ambientais, inclusive grandes terremotos, que virão como juízo e conseqüências dos pecados da sociedade. Apocalipse descreve a reação dos sobreviventes desses juízos:
“E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.” (Apocalipse 9:21 ACF)
Isto é, mesmo depois de grandes terremotos e pragas:
            A geração moderna não se arrependerá de seus homicídios: assassinato de bebês em gestação por meio do aborto, eutanásia, sacrifício ritual de seres humanos em rituais de bruxaria, macabras experiências científicas com embriões, etc.
A geração moderna não se arrependerá de suas feitiçarias (invocação de demônios e seus poderes sob diversas formas, inclusive macumba, candomblé, vodu e muitas outras) e de promovê-las como “cultura” nas escolas, TV e outros meios educativos, inundando toda a sociedade com sua infernal malignidade e protegendo-as de críticas.
            A geração moderna não se arrependerá de sua prostituição (adultério, sexo fora do casamento, práticas homossexuais, pornografia, educação sexual pornográfica nas escolas, etc.).
            A geração moderna não se arrependerá de seus roubos, numa cultura onde muitos querem tirar vantagem do próximo na primeira oportunidade, especialmente por meio de cargos governamentais.
            Por seus pecados e falta de arrependimento, eles continuarão sofrendo juízos.



Júlio Severo e suas ridículas declarações sobre o terremoto no Haiti

Por Leonardo Gonçalves, 18/01/10

            O recente terremoto no Haiti atingiu a terça parte do território haitiano e conseguiu agravar em um nível infinitesimal a situação já precária do país mais pobre da América, elevando-o à situação de nação mais miserável em todo planeta.
            Conforme havia previsto em artigo recente, onde critiquei a letargia cristã em relação às tragédias mundiais, não demorou para aparecerem as explicações estapafúrdias para a catástrofe insular. O cônsul do Haiti, em uma total falta de ética e respeito pelo seu povo, fez uma declaração burlesca sobre a condição do país que representa:
            O pastor Pat Robinson também vinculou a tragédia haitiana à religião do país. Bem ao estilo dos pregadores da prosperidade, o ícone evangélico culpou o “Vodu” pela pobreza e recente terremoto que assolou a nação.
            Porém, a gota d’água que motivou esta publicação foi a recente declaração do ativista Julio Severo em seu blog pessoal, onde além de endossar a declaração medíocre (e anti-bíblica) do cônsul, chega a sugerir, já no título do artigo, que se as religiões afro se propagarem no Brasil, um terremoto de iguais proporções pode abalar nossa nação.
            Do auge do seu bairrismo e escondido no seu refúgio secreto, Julio continua a destilar ódio xiita a todo aquele que não reze segundo a sua agenda “cristã”, e chega a afirmar que toda miséria e violência experimentada pelas nações africanas é culpa da religião afro, e que o progresso e a riqueza vieram com o advento do cristianismo e com a colonização européia:
“Essa condição miserável é uma herança espiritual que antecede à colonização européia [...] Antes da colonização européia, a África vivia uma cultura de guerras entre tribos, escravização dos membros das tribos vencidas, sacrifícios rituais de seres humanos — e o elemento comum dessa “cultura”, que estava impedindo o progresso e a paz da África, era a própria religião”.
            Esquece-se o “Severo” Julio que foi o europeu piedoso que levou da África 8 milhões de negros para trabalharem como escravos, e matou outros 40 milhões neste processo. Ignorando fatos históricos recentes, o blogueiro sequer menciona o drama da áfrica do Sul, nem o Apartheid promovido pelo caucasiano-europeu, que levou à morte outros milhares de africanos. Também não menciona o triste massacre promovido pelas Cruzadas, as quais em nome da fé e de um “cristianismo” perseguidor e intolerante (bem nos moldes do senhor “Severo”) deu morte a um sem número de pessoas, tudo em nome de uma “moral cristã”.
            Considero extremamente dispensável um comentário grosseiro e mal articulado, cheio de pretensões políticas como este do Julio. Num momento como esse, quando 1,5 milhões de pessoas estão desabrigadas e outras milhares permanecem debaixo dos escombros, tudo que não precisamos é de um profeta de internet destituído de bom senso, endossando a declaração medíocre de um cônsul hipócrita e trapalhão.
            Termino este breve ensaio com uma citação do evangelho de Lucas, onde Jesus oferece resposta cabal a todos aqueles que, por “piedosos” que são, querem associar tragédias contingentes ao pecado dos homens:
            “E, naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. E, respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas?
            Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis.
            E aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém?
            Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis”.
Lucas 13.1-5


Haiti, terra do Vodu ou terra de Cristo?

Por Renato Vargens, 06/08/10

            Acabei de regressar do Haiti onde participei como preletor de um Congresso para pastores. Sem sombra de dúvidas vivenciei momentos especiais onde pela graça de Deus tive o privilégio de conhecer gente santa e piedosa.
O Haiti é um país de extrema miséria, o que nitidamente se percebe na cidade de Porto Principe. Devido ao terremoto ocorrido em 12 de janeiro, esta pequena nação do Caribe foi completamente destruida. Se não bastasse isso, uma multidão incontável de haitianos não possuem nenhum tipo de recurso financeiro disponível para a reconstrução de suas vidas e famílias.
            Ouso afirmar que se o Haiti não recebesse ajuda externa, a tragédia seria de proporções muito maiores! No entanto, apesar do caos reinante naquele lugar, a igreja haitiana vivencia lampejos de um genuino avivamento espiritual. Os cultos evangélicos costumam começar às 6:00 da manhã e possuem a duração no minimo de quatro horas. O louvor é absolutamente cristocêntrico e a pregação da Palavra aguardada com expectativa pelos ouvintes.
            No tempo que lá estive, não vi nem ouvi reclamações, murmúrios ou queixas por parte dos crentes. Não vi nenhum dos haitianos exigindo de volta o que era seu, nem tampouco determinando prosperidade e riqueza em nome de Deus. Nos dias em que lá estive não vi campanhas de enriquecimento, de quebra de maldição familiar, como também não testemunhei a comercialização de unções escalofobéticas e financeiras.
            Caro leitor, os cultos haitianos são lindos e cheios da graça de Deus! Visitei uma igreja em que uma das canções ministradas dizia: "hoje pode ser o último dia para louvarmos ao Senhor, vamos fazê-lo de todo coração." Fui numa outra Comunidade Cristã que teve o seu templo destruido pelo terremoto e que em virtude disto por alguns meses se reuniu nas ruas. Quando lá cheguei pude presenciar uma multidão de pessoas dispostas a adorar ao Senhor. Na ocasião preguei a Palavra de Deus e pude testemunhar que aquele povo amava ao Senhor por aquilo que Ele era e não por aquilo que Ele podia dar.
            Nossos irmãos haitianos vivem como se Jesus fosse voltar a qualquer momento, em virtude disto, eles vestem suas melhores roupas, engraxam seus sapatos, estampando em seus lábios um lindo sorriso.
            Durante a conferência para pastores pude ver que a Palavra de Deus possui papel preponderante na liturgia haitiana. As mensagens ministradas durante aqueles dias tiveram a duração mínima de 90 minutos. No entanto, apesar do longo tempo destinado a homilia, pude perceber que ninguém olhava o relógio ansioso pelo fim do culto, como também ninguém se ausentava do auditório para fazer uma outra coisa qualquer.
            Prezado amigo, durante todo este tempo em que lá estive, não ouvi um barulho de tambor, como também não presenciei atividades relacionadas ao Vodú. Antes pelo contrário, Porto Principe está lotada de Igrejas evangélicas e de gente que verdadeiramente ama ao Senhor Jesus.
            Creio que os que lá estiveram fora profundamente marcados por Deus. Louvo ao Senhor por ter me levado ao Haiti e de ter tido o privilégio de conhecer gente cujo coração encontra-se encharcado de amor pelo Senhor.
            Termino este texto com a letra de uma das canções mais lindas que tive oportunidade de cantar naquele lugar.

"Ou sen, ou sen, ou sen
Ou sen Senye
Se toupatou sou laté
Yap di jan ou sen

Ou fidel, ou fidel, ou fidel
Ou fidel Senye
Se toupatou su laté
Yap di jan w fidel

Ou Kapad...
Ou reil...
Ou gran....
Ou pwissan..."

Merci Papa!


NOTA DO BLOG: neste primeiro momento o que estamos a fazer é a ter discussões acerca do tema e as conclusõesserão expostas em outra postagem após a realização do debate em sala de aula com os jovens.

sábado, 26 de fevereiro de 2011 às 12:41

3 Comments to "OS SINAIS DOS TEMPOS E OS OLHOS DOS CRISTÃOS - PARTE 2 - APRENDENDO A DEBATER IDÉIAS"

olá nicodemos, tudo bem?

bem interessante postar opiniões contrárias sobre um tema tão importante. não comungo com muitas opiniões do severo mas ele é firme em defender sua posição de fé que o fundamentalismo cristão. não tenho (quase) nada contra o fundamentalismo cristão, sem dúvida, o movimento gay também é fundamentalista.

o que eu não concordo com o severo é essa visão de que deus mandou um terremoto para ensinar aos haitianos que eles devem mudar de religião. ou seja, eles precisam deixar os orixás e aceitar o deus cristão.

se deus fosse usar de terremotos para converter a humanidade ele já teria destruído tudo...

precisa-se, ao meu ver, uma visão mais universalista do amor de deus. ricardo gondim escreveu alguns textos muitos bons sobre o assunto.

enfim, o debate é sempre necessário. parabéns.

só faço,se me permiti, uma observação em relação ao texto. essa fonte amarela com esse fundo preto dificulta em muito a leitura; melhor seria que as fontes fossem brancas foscas com o fundo preto. isso é apenas uma crítica construtiva, ok?

abraços

Paz seja contigo Eduardo

nesta postagem um dos objetivos é exercitar e desenvolver a capacidade de argumentação dos cristãos (como se trata de uma classe de escola dominical), pois muitos cristãos apesar de bem intencionados não fazem a minima ideia do porque de acreditarem em algo ou desacreditarem.

Apresentar duas linhas de pensamento ajuda a aguçar o raciocinio, mas não podemos deixar de considerar que a revelação divina à mente e coração são indispensaveis, sem esta, ninguem é capaz de conhecer a Deus ou compreender Sua vontade.

Espero em 2 semanas postar as conclusões do debate com todos.

Quanto a dificuldade na leitura , vou considerar a possibilidade de mudar a cor da fonte, agradeço-lhe por me falar acerca disto.

permaneça na graça e nela frutifique

Irmão Nicodemos, a Paz!

Complicado, realmente podemos ter visões diferentes e divergentes. Temos que cuidar para não sermos manipulados, mas pegarmos as opiniões e através de nossa reflexão, nos aprofundarmos no debate.
* Achei bem interessante este tipo de abordagem do tema.

Graça e Paz!

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“É LIVRE A MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, SENDO VEDADO O ANONIMATO" (INCISO IV) E "É LIVRE A EXPRESSÃO DA ATIVIDADE INTELECTUAL, ARTÍSTICA, CIENTÍFICA E DE COMUNICAÇÃO, INDEPENDENTEMENTE DE CENSURA OU LICENÇA" (INCISO IX).

ALÉM DISSO, CABE SALIENTAR QUE A PROTEÇÃO LEGAL DE NOSSO TRABALHO TAMBÉM SE CONSTATA NA ANÁLISE MAIS ACURADA DO INCISO VI, DO MESMO ARTIGO EM COMENTO, QUANDO SENTENCIA QUE "É INVIOLÁVEL A LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA".

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